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Muito se tem falado a respeito de uma revolução que está ocorrendo no mercado financeiro, tanto no global quanto no brasileiro. Parte disso devido a um movimento que cresceu nos últimos anos: a criação de fintechs, startups com foco em finanças. De acordo com o estudo “Fintech Mining Report 2020”, feito pela Distrito, ecossistema que desenvolve pesquisas sobre inovação, tecnologia, dentre outros temas, existem no Brasil 742 startups desta natureza, grande parte focadas em soluções de meios de pagamento, crédito e backoffice.

Para se ter uma noção desse avanço, até 2015 o registro que se tinha era de que estavam em operação no país 374 fintechs. Em 2018 dobrou de tamanho, atingindo a marca de 692 fintechs, até chegar ao patamar de 742 empresas, em 2019. As fintechs atuam em vários segmentos dentro do mercado financeiro. Ao todo, o estudo mapeou 14 deles, sendo o de meios de pagamento o com o maior número de empresas atuantes (122), seguido de crédito (117). A categoria que a Franq Openbank se encaixa, de tecnologia para oferecer estrutura ou viabilizar a realização do Open Banking, conta com 35 empresas.

Esse progresso pode ter relação com o interesse dos consumidores para acessar produtos e serviços que facilitem suas rotinas. E o ambiente digital tem sido propício para estimular essa demanda de mercado. A pesquisa “Fintech Deep Dive 2019”, feita pela consultoria PwC em parceria com a Associação Brasileira de Fintechs (ABFintechs), destacou que a internet tem se tornado o meio preferencial para as pessoas realizarem transações financeiras, segundo 42% dos entrevistados. O estudo contou com a participação de representantes de 205 fintechs sediadas no Brasil.

Pessoas com 45 a 50 anos ainda fazem parte do grupo que vai com mais frequência aos bancos para ter acesso ao seu próprio dinheiro, pagar contas ou solicitar outro tipo de produto ou serviço financeiro. Um levantamento feito pelo instituto de pesquisa Ipsos, a pedido do Nubank, com a colaboração de mil brasileiros, registrou que a digitalização dos serviços financeiros está contribuindo para que consumidores usem mais a internet como plataforma para realizar transações financeiras. Por exemplo, 54% dos respondentes afirmaram que preferem resolver situações por aplicativos, ao invés de ter que se deslocar até um local.

Ou seja, o contexto econômico brasileiro está repleto de novidades. E a tendência é que, cada vez mais, novos negócios de base tecnológica e financeira sejam criados com o passar do tempo. Especialmente em virtude das mudanças provocadas por órgãos regulatórios importantes, como é o caso do Banco Central.

O que está mudando?

Atento aos novos hábitos do consumidor e, em consequência, a atuação do mercado para atender a demanda, o Banco Central desenvolve há alguns anos uma série de medidas para facilitar a transformação, para melhor, do sistema financeiro brasileiro.

Desde 2002, o Banco Central começou um processo de inovação do mercado. Inicialmente, com um projeto feito em nível institucional para a modernização dos meios de pagamento no varejo. Essa medida culminou com a lei n. 12.865, de 2013, que instituiu as regras para pagamentos, entre outras questões.

Com o passar do tempo, o Banco Central liderou atividades para impulsionar a modernização do sistema financeiro no Brasil. Entre elas, a intensificação de instituições financeiras com foco na oferta de contas digitais e a autorização para fintechs interessadas em conceder crédito sem a mediação de um banco, seguindo determinação do Conselho Monetário Nacional (CMN).

Em 2019, iniciaram-se as discussões para implementação do Open Banking no Brasil a partir de um sandbox regulatório, espaço experimental seguro para executar o que é discutido em teoria. A partir do mesmo ano, também foi dada a largada para a operacionalização do Cadastro Positivo, uma espécie de banco de dados com a pontuação (score) dos consumidores em relação ao crédito (movimentação financeira, compras, pedidos de empréstimo, etc.). Atualmente, essas informações são administradas por Bureaus de Crédito em operação no país, como SPC Brasil, Serasa Experian, Boa Vista Serviços, entre outros.

Outra grande mudança prevista para ser implementada ainda este ano é o sistema de pagamentos feito pelo Banco Central, o PIX. A ideia é que esse sistema facilite a transferência e pagamento de valores de pessoa a pessoa, de pessoa para empresas ou de empresas para empresas. Pessoas interessadas devem verificar se seu banco vai oferecer o serviço e cadastrar a chave de acesso para usar o sistema em seu smartphone, processo que será iniciado em outubro de 2020. Cerca de 980 instituições financeiras brasileiras estão em fase de homologação para oferecer esse serviço, entre elas parceiros da Franq: Creditas, BS2, Santander, Sofisa e Stone.

As medidas são vistas de forma positiva, tanto pelo Banco Central quanto por parte das fintechs que querem mudar o status quo até então pregado pelos grandes players que dominavam o mercado, em especial os chamados bancos de primeira linha. Essas ações geram benefícios para as empresas que buscam popularizar produtos e serviços financeiros, proporcionando taxas mais atrativas e justas à população, além de vantagens. Isso vale para aqueles que já eram clientes regulares dos bancos, e também para os chamados desbancarizados, pessoas que não possuem contas bancárias e que costumam realizar transações financeiras mediante pagamento em dinheiro.

Estima-se que atualmente existem 45 milhões de brasileiros que não possuem contas em nenhum tipo de instituição financeira, por considerá-las caras em razão da manutenção de taxas ou pela ausência de agências bancárias em seus municípios. Mas esse cenário começa a mudar por conta da popularização das contas digitais, que podem ser abertas e acessadas através de aplicativos em smartphones. Sem contar o empoderamento do consumidor quanto ao uso dos seus dados financeiros, questão essa defendida pelo movimento do Open Banking.

Open Banking no Brasil e no mundo

O Open Banking, que pode ser interpretado como um sistema de banco aberto, parte da premissa de que os dados originados a partir das transações financeiras pertencem aos consumidores, embora as instituições façam uso deles para oferecer seus produtos e serviços (mas em um sistema fechado, no qual apenas elas têm acesso). E como os consumidores podem utilizar essas informações? Mediante a conexão de sistemas por parte das próprias empresas.

Desta forma, fintechs e bancos que possibilitem a integração de sistemas de terceiros aos seus, por meio das APIs (Application Programming Interface), poderão acessar mais facilmente os dados quando o consumidor requerer crédito ou requisitar outros serviços e precise de algum tipo de comprovação.

Com base em informações divulgadas no relatório “Mercado de Crédito – Série Panorama Brasil”, feito pela consultoria Oliver Wyman, e no relatório sobre Open Banking feito pelo Banco Central, o Brasil é um dos países que se encontra em estágio mais avançado para implementação do Open Banking, que ocorrerá em quatro etapas, com execução efetiva prevista para novembro de 2020.

O país está atrás somente do Reino Unido, onde o Open Banking foi implementado em 2018, União Europeia, que iniciou uma diretiva para serviços de pagamento em janeiro de 2018, e Austrália, que também está em fase execução de um modelo abrangente. Em outros países, o processo ocorre da seguinte forma:

  • Estados Unidos e Canadá: apreciação do tema;
  • México: aprovação da Lei da Fintech, que abre terreno para implementação do Open Banking;
  • África do Sul: acompanhamento da implementação da PSD, Diretiva para Sistema de Pagamento, iniciada pelo Reino Unido e União Europeia em 2018;
  • Quênia e Nigéria: foco em inclusão financeira;
  • Índia: preparação de infraestrutura bancária para implementação do Open Banking;
  • Rússia: exploração de modelo para Open Banking;
  • Cingapura, Hong Kong e Japão: elaboração de legislação voltada para o tema;
  • Nova Zelândia: discussão de modelo com crescimento orgânico.

A plena execução do Open Banking no Brasil permitirá que as pessoas tenham um melhor aproveitamento dos seus dados financeiros — antes administrados unilateralmente pelos bancos nos quais mantinham contas. Isso vai fazer com que as fintechs e os próprios bancos ofereçam cada vez mais produtos e serviços com benefícios aos consumidores. Dessa forma, a oferta será ampliada e, consequentemente, a concorrência entre as empresas, além da criação de novos modelos de negócio, como é o caso da Franq.

Você pode fazer parte dessas mudanças e aproveitar as vantagens do Open Banking, seja um Personal Banker na Franq Open Banking.