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Como as pessoas e as empresas podem manter as contas em ordem e trocar um endividamento considerado tóxico — com altas taxas de juros e valores — por um que seja mais adequado ao seu orçamento? Este foi o assunto da live “Como o crédito ajuda a sair do endividamento?”, que contou com a participação do Diretor de Canais e Parcerias da Creditas, Gustavo Pagotto. Na ocasião, ele deu dicas de como é possível revisar receitas e despesas e, quando necessário, tomar crédito de um modo que não pese no seu bolso.

O que é o endividamento tóxico?

De acordo com Pagotto, um dos grandes desafios é combater o endividamento elevado, uma vez que o Brasil possui uma das taxas de juros mais altas do mundo, praticadas nas cobranças de cartões de crédito, empréstimo pessoal, cheque especial, entre outras modalidades de crédito. Por conta disso, parte dos brasileiros têm um alto nível de comprometimento das suas rendas. Por exemplo, assalariados e pequenos empresários que possuem rendas mais restritas comprometem seus orçamentos para além de 100% com uma série de gastos fixos e variáveis, o que contribui para que aconteça o chamado endividamento tóxico, aquele que não se consegue pagar e que, no fim, pode gerar a perda de um bem ou a negativação do CPF de quem deve.

Esse endividamento, por sua vez, gera impactos negativos diretos na qualidade de vida das pessoas que, por conta disso, sentem níveis de estresse elevados, além de impactar no acesso a crédito, por conta de restrições financeiras ou do acúmulo de dívidas difíceis de serem sanadas. A falta de educação financeira é uma das razões para que isso aconteça, de acordo com Gustavo. “No geral, não somos ensinados a organizar nossas finanças pessoais ou ser orientados sobre quais as melhores formas de tomar as dívidas. É comum no Brasil atribuir uma conotação ruim a tomada de empréstimo, enquanto a de um financiamento é encarada como algo positivo. O financiamento é um empréstimo de qualidade, com taxas menores e prazos mais alongados”, explica ele. Por receio de solicitar um empréstimo quando a dívida é detectada inicialmente, as pessoas se deixam envolver numa bola de neve, comprometendo seu orçamento.

3 dicas para organizar seu orçamento financeiro ao tomar crédito

Para o especialista, há três formas básicas para fazer um bom planejamento financeiro e evitar o endividamento tóxico. São elas:

1. Conhecer suas receitas para saber o máximo que consegue gastar

É importante fazer a gestão das receitas, ou seja, do que entra de dinheiro, e das despesas, do que é gasto, seja em gastos fixos — um aluguel ou dívida que seja recorrente ao mês — e os variáveis — gastos que ocorrem de forma isolada, como aquisição de objetos, compra de alimentos, passeios, etc.

Além de saber o que entra e o que sai, é essencial poupar algum dinheiro, preferencialmente de uma forma que possa render, como um investimento ou aplicação.

Neste ponto, é fundamental um ponto de atenção: se para assalariados pode ser fácil detectar a receita mensal, para autônomos e empresários, é importante separar a renda pessoal da do seu negócio.

2. Ter um nível de endividamento menor do que 30% da sua renda

Após identificar as receitas e despesas, seja num caderno ou em uma planilha no Excel, por exemplo, ter em mente o prazo que uma despesa mais cara ajuda a organizar as finanças. Mas Gustavo salienta que um bom nível de endividamento é aquele que seja menor que 30% da renda e que, somado a outras despesas, não ultrapasse os 100% do orçamento.

O especialista destaca que quanto menor o nível de endividamento, maior as chances de requerer e conseguir crédito, caso seja necessário.

3. Manter custos fixos domésticos abaixo das receitas

É comum que as famílias destinem mais de 50% da renda a despesas fixas, como aluguel e custos básicos de moradia. Nesse caso, Gustavo alerta que é preciso tomar cuidado para que o custo de moradia somado ao nível de endividamento não superem os 100% da receita.

E caso supere, rever despesas é o caminho a ser tomado. Por exemplo, se paga aluguel, mudar para um imóvel mais barato; se possui filhos, trocar para uma escola mais barata, além de reduzir gastos supérfluos ou renegociar dívidas com os tomadores de crédito para saná-las com mais tranquilidade.

Quando o nível de endividamento é muito alto, de modo que não seja possível obter aprovação de crédito, em alguns casos é comum ver pessoas se desfazendo de bens, como imóveis e automóveis, quando poderiam ter planejado a dívida inicialmente, perdendo a chance de usá-los como garantia em empréstimos com menores taxas de juros e prazos de pagamento mais alongados.

Para rever a live na íntegra, é só acessar este link: https://youtu.be/Yp5eUmyTLX0 E para ter acesso a outras dicas e informações sobre o mercado financeiro, acesse o Exponencial, site da Creditas com análises sobre finanças pessoais.